22 de outubro de 2003

EM VEZ DE ESCREVER, BLOGO

Chegou o frio. Mitigado, o que sinto, o de Lisboa. Mais acima e mais abaixo, amigos e família ligam os aquecedores ou acendem as lareiras. Na cidade é tudo filtrado.

Comenta o JPN: "já agora, valerá a pena os ficcionistas deste reino proporem um selo de qualidade biológica para a ficção, uma espécie de região demarcada do imaginário?".
Parece-me evidente que não. Se nem nós próprios temos a certeza do interesse das coisas que frequentemente escrevemos, como nos poderíamos pronunciar sobre os outros?... Enquanto leitores? Nem assim: melhor leitor é a senhora que vive na sua ilha açoriana e que à noite, depois de sair do banco, meter a canalha jantada na cama, se senta na busca do entendimento e prazer de um autor. E, que eu saiba, ninguém lhe ouvirá uma palavra pública sobre a primazia de um livro sobre todos os outros. Quanto muito, um: Não gostei deste e fui pegar noutro que já tinha lido, antes de me ir deitar...
Que somos nós, para lá disto?

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